Coordenadores: Manuela Laranjeira e Helena Madureira
Sob o paradigma da sustentabilidade, as tradicionais dicotomias que opõem “natural” a “cultural”, “urbano” a “rural” são consideradas desajustadas, entendendo-se que nelas reside a raiz profunda de inúmeras perturbações ambientais que afetam, de forma crónica, a maioria das áreas urbanas. Nestas áreas, a relação dinâmica entre estruturas naturais e artificiais resulta num ambiente complexo e híbrido, por excelência. As estratégias e medidas concebidas no contexto da sustentabilidade ambiental pressupõem, portanto, o estreitamento desta relação, potenciando-a a favor do bem-estar e qualidade de vida urbanos, designadamente através: da reconfiguração dos espaços públicos de modo a desempenharem explicitamente funções climáticas, hidrológicas e ecológicas; do reconhecimento da importância dos espaços intersticiais para a promoção da biodiversidade; do desenho biofílico; da implementação de infraestruturas verdes; ou da valoração dos serviços ecossistémicos prestados nas áreas urbanas. Estes são alguns dos tópicos acolhidos sob o eixo temático ‘Ambiente urbano’, no quadro das geografias de transição para a sustentabilidade.